segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um abraço aos mestres

Sou de uma época (ei, nem sou tão velho assim) em que a gente reverenciava os mestres não porque eles eram celebridades, mas porque sabiam muito e tinham bastante coisa para ensinar.
Hoje a palavra "mestre" soa antiquada, tem gente pensando que as idéias saem do HD do computador.
Só para ficar na minha praia, direção de arte tem esse nome porque antes o cara tinha que manjar de várias coisas: fotografia, tipografia, desenho, arte propriamente, e daí "dirigia" todo o trabalho e todos os profissionais envolvidos. Este cara, em outro momento da sua vida, provavelmente já tinha sido estagiário ou paste-up.
Antes que me perguntem, não tenho saudades disso.
O computador veio para quebrar muitos galhos. Livrou a gente de calcular tamanho de fonte, indicar tamanho de retícula, entre outras chateações. Mas, por outro lado, fez muita gente pensar que direção de arte é coisa fácil.
O cara senta na máquina e vai fazendo. Geralmente acha que a primeira coisa que sai já é uma obra-prima. O redator manda a sacadinha. O diretor de arte bota a foto, devidamente photoshopada e coloca o título. Geralmente, o texto não conversa com o layout. Mas os dois acham "genial", fazer o quê. Pronto. Publica no Flickr. Fácil, rápido, pasteurizado.
Digo, pra quem me pergunta, que é preciso ter fundamento. Gosto do computador, mas não largo o lápis. Não entendo um cara ser, ou dizer que é, ou querer ser diretor de arte sem ter a mínima noção do básico. Mas há quem o seja, assim mesmo.
Conhece alguém da era pré-computador? Troque idéia com essa pessoa, aprenda bastante e dê um abraço por mim.

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